CARA CROCODILO
O medo de saber a verdade
A vontade de não pensar
Os deuses de lata e barro
Uniram-se a um povo do sul
Os pequenos cresciam feito ratos
A fome tremia de medo, outro medo
A rainha decadente, mas bondosa
Era empurrada pro abismo
Um rei de plástico, com cara de rato
Foi levantado ao trono;
A floresta ruía de fogo ardente,
A noite caiu por sobre a cidade...
Como um manto lúgubre e sem vida...
Os que gritavam por justiça
Que falavam do amor entre os iguais,
Que amavam as árvores, os pássaros
Bebiam dos rios límpidos e calmos
Eram cassados como cães danados...
Um dia de desprezo, uma noite de dor...
De repente, não mais que de repente
Um sol deslumbrante raiou do nada
Surgiu da coragem dos que pediam amor
O rei de cara de rato secou
Foi comido pelos vermes em praça pública
Até hoje não se sabe ao certo
A quem pertencia a sua alma.