O diabo evangélico
O diabo evangélico
Sonhei que o diabo era gente
Cantava, sonhava, vivia...
Tinha uma Bíblia na mão
E outra na eucaristia
Andava de terno e era
Amigo de todos os ricos
Não combatia as quimeras
E pedia sacrifícios
Usava carro e jatinho
Dos dízimos e das ofertas
Tramitava no governo
E tudo na hora certa
Pregava a volta de Cristo
A sua fala era um misto
De violência encoberta.
Apareceu um povo santo
Que lhe tacou u’a insônia
E ficou brabo dum tanto
Mas ficou brabo dum tanto
Que incendiou a Amazônia...
Carlinhos Matogrosso.