Hora do almoço

A morena já desfila

Em seu vestido de sábado;

Cansado o pedreiro suspira,

Com o rosto sujo de barro.

Motoqueiros entregam marmitas,

Sob o sol que queima os telhados;

Fere as cordas da lira

& canta, o poetinha entediado.

Versando versinhos alheios: vai de meninas a lírios calvos...

No compasso em que o pontilhão dita,

Num vômito contínuo de carros prateados.

Oh, Deus. . . que seria sem a ópera da vida,

A existência desse pobre diabo!?

Quão insossa não seria esta atroz lida,

Sem as cenas do móvel teatro?!

Onde o contra-regra é desconhecido,

E todos, todos os atores e cantores são sagrados!

Brayan Nascimento
Enviado por Brayan Nascimento em 17/08/2019
Reeditado em 19/08/2019
Código do texto: T6722551
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