Melancolia III
Minha estrela chora acima do céu,
solitária luz que vaga em meio à escuridão.
Acima dos raios, estremece minha alma.
De toda densidade que molha meu chão,
sem desperdiçar uma gota,
sorrio em meio as lágrimas por ter coração.
Me encarrego de fazer brilhar os olhos de quem me olha.
Por ser assim,
todo barulho, de cada gota ao me tocar,
me faz chorar infinitas estrelas.
Me desmancho em lágrimas por sentir muito.
Me desfaço de luzes e
recomponho arco-íris aos olhos nús.
A sensação sincera por sentir o gosto da chuva,
sinto domar-me em desejos que não possuem
tempo, nem moralidade.
Apenas o prazer imundo de felicidade.
O toque gelado com a pele escorrendo intensas
sensações que me condenam ao amor.
A mais bela sentença por amar só,
compartilhar ao âmago a pura essência.
De pássaros em ninhos
aos céus estrelados.
Passeio pela escuridão entre postes encarando
cada abismo,
cada dor,
cada melancolia de amor.
Por fazer sorrir, chorei.
Por conseguir tocar estrelas, fomos sentenciados
a perder as cores.
Apagados ao Sol,
fui eternamente ferido ao enxergar.
E todos os espectros foram distanciados
para que nem a chuva os tocasse.
Por chuvas e labaredas,
estamos separados.
Amando sozinhos, chorando sozinhos.