Restos de bolacha

eram tranças tremulando 
o babado da saia brincava de vento 
a paineira carregadinha 
provinha sombra que o sol não alcança 
o céu era o esconderijo de Deus 
os olhos faziam pausa 
para uma joaninha passar 
o rio era música baixinha 
para brincar de ser feliz por nada 
o final do dia continuava no sorriso 
com que minha avó me acolhia 
restos de bolacha até o quarto 
colcha de crochê beirando o chão 
o travesseiro quentinho 
esquecido da gravidade 
aguardando os sonhos de amanhã 
ávidos de não perder o que fosse 
Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 02/08/2019
Código do texto: T6711114
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