Atenção
esse é o último rabisco do meu primeiro livro,
já que tudo que conquisto vale nada enquanto vivo,
reconhecimento após a morte é algo tão hilário ...
perguntem lá para o Van Gogh quanto vale cada quadro,
corte seus dedos antes de me apontar,
cortaria a orelha para não ter de ouvi-los ...
vivendo devaneios sem medo de me desapontar,
contaria cada lágrima e os erros q me fazem a ovelha negra de meus entes queridos,
como queria escrever coisas lindas
e viver apenas de sorrisos,
mas entre as idas e vindas
a vida trouxe-me o mais lindo,
e hoje a surpresa da dor é sempre bem vinda ...
onde o que um dia já teve cor está tomado pelas cinzas,
esse drogado ou aquele doutor, qual a diferença, me explica?
o suor não demonstra o quão farto estou, minha doença é explícita,
carregando sua pedra e seu cobertor, invisível entre todos ...
a morte se herda e "cada vida tem valor": visível para poucos,
acorda agora enquanto há tempo, sair do relento e sentir o calor,
a corda é bamba a linha é tênue, esteja atento ao parar pra compor.