De canto em canto
Desenhe no meu corpo inteiro
Rabisque a minha pele
Percorra os dedos sobre os meus pelos
Beije-me de canto de em canto
Enquanto a caneta percorre a minha nudez
Tire-me o sossego
Desconcerte a minha fala aguda
Como se fosse a última vez que pudesse me tatear
Rodopiando em minha boca molhada
Deslizando em meus braços
Afogue-se na imensidão do nós...
Na decadência do dia
No frio
Na minha cama
No chão do quarto
No chuveiro
Na chuva
No nós
Deixe-se pertencer
Pertença-me
Integre-se à mim
Como a tinta da caneta na minha pele
Perca-se no tempo
Comigo!
Beije-me por minutos
Beije-me por segundos
Por horas...
Beije-me até não nos aguentarmos mais
Beije-me de canto em canto
Enquanto pudermos inventar a dança perfeita dos nossos lábios...