Teatro da vida
No palco do teatro da vida
Somos todos impotentes palhaços
Fingindo ter coração de aço
Equilibrando-se numa corda bamba
Nos vestimos com máscaras
A disfarçar a dor que dilacera
Na alma o luto das quimeras
No rosto vincado por lápis de cera
Marcas dos risos amarelos vãos
Sulcos com histórias sofridas
Vamos seguindo a procissão...
Velas acesas e joelhos no chão
Rosto pintado brinca no picateiro
Faz rir quem está na plateia desolado
E mostra leveza de feliz conselheiro
Acaba por acreditar que é um felizardo
As luzes se apagam e a cortina desce
Se olha para o espelho e esmorece
E lágrimas vertem, rios abundantes
Agradece a alegria de breves instantes
A fé é sua rocha e única saída
Sorrir, brincar e levar a palhaçada
Driblar a tristeza da face cansada
A anestesia da alma é a gargalhada
By Claudia Florindo Corrêa
29/06/19