A UMA MOÇA QUE ME OLHA DA JANELA
O teu templo está morno
o suor que escorre de tua testa
está como o veneno da dúvida
assim como o leite que mamastes.
O sexo que se ecoa em suas veias
tua mente tentando driblar o instinto
tua ânsia de sentir a loucura
o beijo que te afaga com ódio
a blasfêmia que mora em tua urina
sua plena loucura social
(eu que sou antisocial radical).
Suas veias que tremem tontas
teus versos com ar de superioridade
você e tua criticidade nazista
sua sede de imolar todos
duma machadada única.
Seus símbolos profanos
tua irracionalidade evidente
teus poderes ocultos na névoa
na decrepitude de tua imortalidade.
Estarás tu condenado a dúvida:
abandonar teu templo maligno
e provar do veneno de ser meretriz?
ou definhar eternamente
como um monte de fezes
que bóia na nascente do rio?
(20/05/03)