CRUEL É A SOLIDÃO

Me encanta o pranto

o sal, o tempo, o canto,

cítara de pavão.

Me afronta o lindo

tempo sorrindo

ponto de exclamação.

Me enoja a dor

engate sem dor

enfarte da canção.

No entanto sou riacho

diabo ou diacho

néctar de vulcão.

Agora vem a espera

o vazio só impera

cruel é a solidão.

Então morro extasiado

num gozo desmamado

rebarba da paixão.

Das coisas em que me atrevo

das bobagens que escrevo

sou atalho da ilusão.

Acabo essa história

revirando minha escória

esgarçando o coração.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 28/06/2019
Código do texto: T6683408
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