CRUEL É A SOLIDÃO
Me encanta o pranto
o sal, o tempo, o canto,
cítara de pavão.
Me afronta o lindo
tempo sorrindo
ponto de exclamação.
Me enoja a dor
engate sem dor
enfarte da canção.
No entanto sou riacho
diabo ou diacho
néctar de vulcão.
Agora vem a espera
o vazio só impera
cruel é a solidão.
Então morro extasiado
num gozo desmamado
rebarba da paixão.
Das coisas em que me atrevo
das bobagens que escrevo
sou atalho da ilusão.
Acabo essa história
revirando minha escória
esgarçando o coração.