Linhas soltas de folhas presas às espirais ficcionais
Me perdi no meio desse sonho imerso no teu rosto
achando que eu tinha tudo mas era só o abandono
nunca me sujeitei a um tal imposto dono
sinto falta hoje do que eu nunca tive
e o que eu posso ter já não causa espanto
só preciso me ver livre da suposta morte que me desbanca
eu temo apenas a morte do espírito
acho incrível quando não sinto nada
e ainda finjo bem tudo que é exigido
pra que essa minha máscara não desabe
andei na busca de desmascarar o mundo
o abismo agora que me ampare
meus ideais estão bem longe de Cristo
e mesmo assim tudo vivido reflete Sartre
enquanto Marte não é mais fictício
eu fui preciso e me causou estrago
adormeci o mais profundo íntimo
pesei os cálculos, vi os olhares
achei que asserções eram mais previsíveis
achei que o retrato fosse ainda mais nítido
até que um dia me vi com o pincel na mão
esqueci Newton, lembrei de Goethe, a lírica
teoria das cores preenchem a alma artística
pensei em Hume sem pensar na escrita bíblica
pensei em Epicteto sem pensar na lógica da vida
pensei em Agostinho sem pensar na patrística
pensei na existência sem pensar na sua concepção mística
o meu amor é mais enganador que o Estado e suas dívidas
o meu corpo é tão irreal quanto as falsas linhas imaginárias delimitadas
onde estão suas leis com tanto valor intrínseco?
sob a verdade expuseram o ímpeto de concretizar o mecanicismo inatingível...