Linhas soltas de folhas presas às espirais ficcionais

Me perdi no meio desse sonho imerso no teu rosto

achando que eu tinha tudo mas era só o abandono

nunca me sujeitei a um tal imposto dono

sinto falta hoje do que eu nunca tive

e o que eu posso ter já não causa espanto

só preciso me ver livre da suposta morte que me desbanca

eu temo apenas a morte do espírito

acho incrível quando não sinto nada

e ainda finjo bem tudo que é exigido

pra que essa minha máscara não desabe

andei na busca de desmascarar o mundo

o abismo agora que me ampare

meus ideais estão bem longe de Cristo

e mesmo assim tudo vivido reflete Sartre

enquanto Marte não é mais fictício

eu fui preciso e me causou estrago

adormeci o mais profundo íntimo

pesei os cálculos, vi os olhares

achei que asserções eram mais previsíveis

achei que o retrato fosse ainda mais nítido

até que um dia me vi com o pincel na mão

esqueci Newton, lembrei de Goethe, a lírica

teoria das cores preenchem a alma artística

pensei em Hume sem pensar na escrita bíblica

pensei em Epicteto sem pensar na lógica da vida

pensei em Agostinho sem pensar na patrística

pensei na existência sem pensar na sua concepção mística

o meu amor é mais enganador que o Estado e suas dívidas

o meu corpo é tão irreal quanto as falsas linhas imaginárias delimitadas

onde estão suas leis com tanto valor intrínseco?

sob a verdade expuseram o ímpeto de concretizar o mecanicismo inatingível...

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 27/06/2019
Reeditado em 09/12/2019
Código do texto: T6682920
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.