Eu, poeta ''non-grata'' [ou um exagero histérico]
Nem todos os poetas são iguais
Alguns jovens são velhos
Se agrado os chulos
Desagrado os sérios
Eu não tenho lugar entre os imortais
Se eu tivesse nascido em outro século
Meus versos seriam sacrilégios
Seriam queimados, junto com o dono
Minha língua cortada
Meu corpo amarrado
Crucificado servo
Do único Deus
Tempo, incrédulo
Dos castelos
E dos seus contos
Sou o sapo-príncipe
Do pântano encantado
Meu reinado é a rebeldia
Sou grato
Apenas à vida
Hoje, sou o poeta da forma antiga
Infantil, porém honesto
Hoje, sou desprezado
Ninguém se interessa por essas combinações fáceis e repetitivas
Mas eu já estou acostumado
A ser sombra em um mundo de idolatria
Minha profissão é esmolar e reclamar
Enquanto eu preencho a minha alma vazia