Aliviante desrotina, transgredindo a temporalidade
Agora não me basta o medo, cansei de ver esses dedos
Só apontando a direção, pra um caminho de incertezas
Preciso de mais de mim pra evitar partir cedo
O que me salva e me mata ainda é a ponta da caneta
Materializo o irreal, longe do místico, o surreal anda comigo
E ainda soa como algo fisicista, eu já perdi a cabeça e me desvencilhei dos termos
A descrição não satisfaz, a alma pula pra fora do eu, externando assim o mais sincero receio
Hoje acordei mais cedo, o despertar foi um soco no estômago nem um pouco ameno
A discrepância é recorrente, briguei comigo a noite inteira, silenciei meus anseios
Esses remédios na gaveta aliviam o momento, procrastinando meu fim, disfarçando um recomeço
Quem não olha pra trás não vê sentido pela frente, acorrentado no agora com as algemas fictícias do tempo
Pré-requisito é fugir de todos os pensamentos, pra me tornar produtivo afastei Dionísio, dissolução do espírito pra manter a falsa riqueza
Não me disponho pra essa merda, produtividade pra quem? Só produzo sofrimento e reproduzo também
Expurguei minhas aberrações enquanto as novas circularmente me atormentam
Tô sempre criando problema, eu quero é fogo na Babilônia, enquanto minha mente incendeia por dentro... pleonástico agrado excêntrico.