Aliviante desrotina, transgredindo a temporalidade

Agora não me basta o medo, cansei de ver esses dedos

Só apontando a direção, pra um caminho de incertezas

Preciso de mais de mim pra evitar partir cedo

O que me salva e me mata ainda é a ponta da caneta

Materializo o irreal, longe do místico, o surreal anda comigo

E ainda soa como algo fisicista, eu já perdi a cabeça e me desvencilhei dos termos

A descrição não satisfaz, a alma pula pra fora do eu, externando assim o mais sincero receio

Hoje acordei mais cedo, o despertar foi um soco no estômago nem um pouco ameno

A discrepância é recorrente, briguei comigo a noite inteira, silenciei meus anseios

Esses remédios na gaveta aliviam o momento, procrastinando meu fim, disfarçando um recomeço

Quem não olha pra trás não vê sentido pela frente, acorrentado no agora com as algemas fictícias do tempo

Pré-requisito é fugir de todos os pensamentos, pra me tornar produtivo afastei Dionísio, dissolução do espírito pra manter a falsa riqueza

Não me disponho pra essa merda, produtividade pra quem? Só produzo sofrimento e reproduzo também

Expurguei minhas aberrações enquanto as novas circularmente me atormentam

Tô sempre criando problema, eu quero é fogo na Babilônia, enquanto minha mente incendeia por dentro... pleonástico agrado excêntrico.

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 15/06/2019
Código do texto: T6673332
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