(IN)FINITO

(IN)FINITO

Algo em mim amanheceu confuso.

Estou inquieta. Entrei em ebulição.

Tudo o que me cerca é finito, impermanante.

Meu corpo é frágil, pode chegar ao fim a qualquer instante.

De um segundo a outro deixo de respirar.

Não mais existo como aprendi que sou desde que nasci:

Um corpo, suas formas únicas, uma cor, um cheiro,

Um nome no singular.

Os pronomes possessivos não passam de uma grande ilusão.

Minha finitude dói. Aí abro uma fenda para escapar dela:

Meu Ser. Um ser que não é verbo, é substantivo.

Só assim consigo atingir a condição de infinita.

A amplidão espera-me. Nela vou fundir-me.

Tornar-me uma só com o todo.

Ser tudo ao mesmo tempo.

Devaneios. Suposições. Verdades.

Certezas. Caio em mim. “Só sei que nada sei”.

Apenas existo, sou (in)finita.

IAKISSODARA CAPIBARIBE.

IAKISSODARA CAPIBARIBE
Enviado por IAKISSODARA CAPIBARIBE em 24/09/2007
Código do texto: T666141