(IN)FINITO
(IN)FINITO
Algo em mim amanheceu confuso.
Estou inquieta. Entrei em ebulição.
Tudo o que me cerca é finito, impermanante.
Meu corpo é frágil, pode chegar ao fim a qualquer instante.
De um segundo a outro deixo de respirar.
Não mais existo como aprendi que sou desde que nasci:
Um corpo, suas formas únicas, uma cor, um cheiro,
Um nome no singular.
Os pronomes possessivos não passam de uma grande ilusão.
Minha finitude dói. Aí abro uma fenda para escapar dela:
Meu Ser. Um ser que não é verbo, é substantivo.
Só assim consigo atingir a condição de infinita.
A amplidão espera-me. Nela vou fundir-me.
Tornar-me uma só com o todo.
Ser tudo ao mesmo tempo.
Devaneios. Suposições. Verdades.
Certezas. Caio em mim. “Só sei que nada sei”.
Apenas existo, sou (in)finita.
IAKISSODARA CAPIBARIBE.