ADEUS

Perco-me nas redondezas do teu ser

e nas linhas que perpendiculam

as paralelas da tua última partida.

Sigo a listra negra desperdiçada ao chão

longilínea não presença da tua ida,

no encalço e grudada ao teu perder.

A partida do dia e o Sol pleno de não,

retilínea e distante caminhada e eu, só!

Aprisionado, neste leste geográfico,

vejo absorto o aturdido ir

e o teu adeus enigmático.

Donde estou, extingue-se o lume.

Agora só e profundamente cego,

chega-me uma brisa derradeira

trazendo-me às narinas, na cegueira,

o que ainda restou do teu sutil perfume.

GUI MENDEZ
Enviado por GUI MENDEZ em 23/05/2019
Código do texto: T6654522
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