PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO
Amáramos, como se pudéssemos,
no indicativo mais que perfeito,
amarmos por toda a nossa existência.
Pudéramos ser no presente tempo
os mesmos impúberes seres de outrora.
Entregáramo-nos, embora adolescentes,
a conjugar o amor, no futuro daquele presente!
Amarei você, eternamente,
em todos os tempos verbais,
do longínquo e perfeito passado
ao futuro, mais do que perfeito!
E quando esse presente, em futuro refeito,
vier a ser só do tempo pretérito,
conjugar-lhe-ei o verbo do amor
renovado, no indicativo do presente!