O INSÍPIDO INFINITIVO


“Amar” só tem graça conjugado.
Há de haver alguém do lado,

mesmo que seja (eu...!).

A propósito, amar a si,
a forma menos altruísta de amar,
é também a menos arriscada que há:

ninguém tem arritmia
quando olha o espelho
e a pessoa amada está lá.

O  infinitivo (amar) é que não dá.

O infinitivo não se importa
com as pessoas,

e sem as pessoas
não existe amor.

O infinitivo (cá pra nós!)
é muito sem sabor.

 
Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 09/05/2019
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