Uma flor que partiu
De repente, eu vi
Uma flor murchando.
Ela tinha espinhos, como companheiros. Mas, nenhum a machucavam.
A flor;
Um dia desabrochou,
Linda e radiante, ouvindo os rouxinóis.
A noite o orvalho mansinho, suave , molhava-lhe.
Era a juventude em botão.
Essa flor que um dia foi símbolo de beleza,
Hoje jaz, descolorida .
O tempo jogou seu fel, tirando-lhe a juventude.
Rainha que foi um dia, morre hoje entre os espinhos.
E vão-se os rouxinóis levando seu perfume.
E cai um novo orvalho tentando reanimá-la.
Mas em vão.
Suas pétalas caem ao chão,
Formando um lindo tapete.
E o jardim perdeu uma filha.
Todas as rosas irmãs, juntas choram a despedida.
Quando a noite termina,
Ao raiar de um novo dia,
Abre-se uma rosa,
Linda, exuberante.
O jardim ficou feliz.
As rosas cantaram.
Os rouxinóis voltaram.
O orvalho caiu docemente, para regar nova flor.
A flor que partiu,
Deixou seu lugar,
Para uma nova rosa nascer.
Suas pétalas voaram,
Subiram tão alto.
Onde se ouviam cantos, na sua chegada, em seu novo lar.
Carmen Haddad
Rio de Janeiro RJ
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