Monografia incessante
Enunciados de natureza quântica,
Já dilatei há séculos a pupila com semântica
Enquanto tossia com a fumaça representativa da existência
Tudo era a transição do ser pra dúvida da permanência
Nem o suposto forte resiste à hesitação súbita
Levitar perante a verdade sólida assusta
Ainda ausente de território vago perante os rostos tão iguais
Imunes ao formato disforme, desmassificado
A possibilidade é um convite às neuroses
Por favor, um copo de sofrimento diluído em microdoses
A falha dos meus sentidos é o erro sistemático
Permito associações razoáveis pra não perder o senso automático
Moral provisória constitui o frenético hábito
Por isso cada gole de trago dissolve meus solutos ácidos
Que contaminam o raciocínio inato matemático
Afecção de todo verme axiomático, redundante e pouco pragmático
Superei a linguagem dos traços autoevidentes
A verdade é uma bola de futebol indo de pé em pé sem dono
Sou ordinariamente caótico e minha alma pede abono
Um círculo sem pontos são a limitação da vida a evidências suficientes
Minha cabeça pode falhar no próximo instante
E mesmo que eu não pare me sinto distante
Das abstrações, a introspecção é massiva e constante
Essas memórias borradas caíram dessa estante
A pulga atrás da minha orelha é teu vômito substancial
Desconsiderei a própria prova circunstancial distorcendo a essência real
Inacessível a termos metateóricos regressivos e meticulosos
A lupa amplia a obscurecida visão particularista, sufocando a holística
Sem me prender hoje nem à descrença me distraio no quarto
Chuva, abismo nato, o último andar do prédio fala comigo acordado...