Monografia incessante

Enunciados de natureza quântica,

Já dilatei há séculos a pupila com semântica

Enquanto tossia com a fumaça representativa da existência

Tudo era a transição do ser pra dúvida da permanência

Nem o suposto forte resiste à hesitação súbita

Levitar perante a verdade sólida assusta

Ainda ausente de território vago perante os rostos tão iguais

Imunes ao formato disforme, desmassificado

A possibilidade é um convite às neuroses

Por favor, um copo de sofrimento diluído em microdoses

A falha dos meus sentidos é o erro sistemático

Permito associações razoáveis pra não perder o senso automático

Moral provisória constitui o frenético hábito

Por isso cada gole de trago dissolve meus solutos ácidos

Que contaminam o raciocínio inato matemático

Afecção de todo verme axiomático, redundante e pouco pragmático

Superei a linguagem dos traços autoevidentes

A verdade é uma bola de futebol indo de pé em pé sem dono

Sou ordinariamente caótico e minha alma pede abono

Um círculo sem pontos são a limitação da vida a evidências suficientes

Minha cabeça pode falhar no próximo instante

E mesmo que eu não pare me sinto distante

Das abstrações, a introspecção é massiva e constante

Essas memórias borradas caíram dessa estante

A pulga atrás da minha orelha é teu vômito substancial

Desconsiderei a própria prova circunstancial distorcendo a essência real

Inacessível a termos metateóricos regressivos e meticulosos

A lupa amplia a obscurecida visão particularista, sufocando a holística

Sem me prender hoje nem à descrença me distraio no quarto

Chuva, abismo nato, o último andar do prédio fala comigo acordado...

Sombra Victorino
Enviado por Sombra Victorino em 16/04/2019
Código do texto: T6625078
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