INTIMIDADE
O mundo são essas mãos
Visitando a noite
Esses pés tropeçantes
Ou essa vontade de rir.
Talvez a sombra de nossos corpos
Na cumplicidade da parede branca.
O mundo são essas mãos
Que visitam à noite
Despedindo as trevas
Ou fechando a cortina.
Essa vontade de sair na chuva
Refrescar a febre
Do ser incontido
Na ardência do meio-dia.
O mundo pode ser essa folha
Em branco desafiante
Ou a história que se faz todo dia
No cinzel e no pincel
Ou essa ponta de lápis
Quebrada sem poesia.