dois muros
como se perdoar
se o próprio
pecado do perdão
é viver?
num jardim,
colhi das sombras
de dois muros
suas memórias
e narrei às folhas
o quão grave é virtude do
cair
e arranquei-me à ausência
das flores, das noites
e da saudade
pois só a morte é impune
ao tempo, o preço
da vaidade