Apresentação

Face a face com o verso
com as linhas, com a tinta ou o grafite;
face a face com a tela, outro universo
e as teclas que salpicam letras
formando palavras, insinuando estradas..
Aqui sentada, um mundo surge.
Aqui nem represento ou sou representada.
Quem pense que talvez isso me exponha,
pode ser até que acerte....
mas não garanto nada.
Aqui, sou mesmo aquilo que menos importa.
Vale a palavra latejante que saiu do peito:
mas pode ser que esse peito seja meu
ou de algum outro que roubou o que entendeu.
Vale a dor ou a alegria que consomem,
vale o papel – criado servil que tudo acata,
vale quem lê assombrado, do outro lado,
e não sabe que julga, mas esperneia,
reverencia, vislumbra, se espanta, aceita...
se encanta, enternece, amolece...
ou, inconformado, rejeita.