AMORES QUIETOS
Amo em silêncio certos corações
que brotaram de mim,
um certo dia.
Corações agudos, vistosos,
que já se untaram nos meus dias
que já fartaram do meu pão,
que já refastelaram na minha senzala.
Por vezes os tive agarrados a mim,
por vezes me quiseram longe,
me quiseram finito,
me quiseram adeus.
Nesses corações me vejo menino
correndo atrás da bola
correndo atrás da alma
que nunca alcancei.
Quando o vento de mim se enjoar
quando o luar de mim se assustar
quando o querer de mim não mais pousar
Serão nesses corações já remoídos pela vida
que vou me aprumar, me reter, me ter,
então nos irmanaremos do jeito que nunca untamos
então ficaremos um coração só como sempre quisemos
assim tudo ficará belo, tudo ficará redentor
tudo ficará amor