eu lírico já escrito
o meu eu lírico chora
enquanto a vida segue em prosa
coisas inacreditáveis se tornam sonhos
r e t r a t o s
: sonhos obsoletos
mais do que visíveis
na linha do esquecimento
quem não tem memória
não tem aborrecimento
mas eu ainda lembro
lembrança de lamento:
num canto maldito de moribundos
vivendo o nunca
nasce a dor que faz da tatuagem
dor irreverente