A flor
Desabrochou a flor para exalar seu perfume,
Ele, que não soubera amar, viu-se encantado,
Arrancou a rosa do jardim para descobrir quem o quer,
Bem-me-quer, mal-me-quer, destacou pétala por pétala.
A cada pétala que destacou da flor,
O perfume dela desatou,
O jovem, coitado, logo se desencantou
E do jardim que estivera florido, outra flor ele arrancou.
Sem que percebesse, tudo se repetiu
Uma lágrima branda em seu rosto assim surgiu,
E ao repousar sobre as pétalas que forravam o chão,
Ele assumiu: como hei de amar, se eu já não sei sonhar?
Beija-flor que por ali voava em seu ombro repousou,
E soprou em seu ouvido o que era o amor,
O menino tão sabido num instante se encantou,
Recolheu as pétalas que o chão forrava e alcançou o regador.
O menino se encantara pelo brilho de outra flor,
Mas no jardim não a encontrava,
Pois o vento a levou.