A VIÚVA FOGOSA
Creuza nem deixou o defunto descer pro buraco
Já tava de olho num cabra que fingia chorar
Lágrimas de crocodilo, era de se esperar
Acostumada ao luxo sempre ostentava grandeza
Desfilava com boas roupas, vida de dondoca levando
Diziam que chifrava o falecido, ela pouco ligando
Terminado o féretro ao seu lar retornou
As lágrimas secaram, Creuza não estava chorando
Lembrou-se dos abraços, no cangote alguém fungando
E esse cara que fingia chorar era Manuel
Que foi parar na casa da mulher agora sozinha
Doido para um papo ou para dar uma totinha
Passaram-se alguns dias, a mulher já era outra
Começou a sair e por homens ser paquerada
Danou-se pro shopping, lá já era esperada
Fingia olhar as vitrines, mas nada queria comprar
Não tinha mais compromisso, foi vista até em motel
E sabem com quem? Com o tal do Manuel
Desfilava pelas ruas com ar de menina moça
Manuel por ela já estava apaixonado
Mas por trás ele tava sendo enganado
Pelo jeito Creuza não queria coisa séria
Seu negócio era homem, festa e dinheiro
Tem que rebolar quem quiser segurar seu traseiro
Dona de um corpo belo e invejável
Creuza despertava nos homens admiração
Antes da viuvez vivia mais de encenação
Todos diziam que nunca gostou do marido
Agora livre e desimpedida mostra seu cartaz
Transa com qualquer um, por dinheiro é capaz
Antes vivia embutida por causa do seu marido
Mas hoje é passarinho que teve a gaiola aberta
Quem quiser que fale, sua vida está descoberta
Não interessa a ninguém cuidar da sua vida
Quem tem o que é seu dar a quem quer, não importa
Se achar ruim bata a cara na porta até ficar torta