Pau de Arara
Estou cansado de bater ponto
Para entrar aqui nunca estive pronto
Estou cansado destas pessoas
De gotas em gotas formaram-se lagoas:
De ignorantes, hipócritas e incompetentes
Não, jamais os considerarei inocentes!
Quiçá realmente Kira esteja certo
Na sua afirmação que me deixou liberto:
Este mundo está podre, olhe à sua volta
Para enfrentá-los não tenho força, nem escolta
Queria expor todas as hipocrisias,
Queria expor as idolatrias,
Queria negar a obrigatória fraude,
Queria singularmente chutar o balde
Não somente, mas quebrar o pau de arara!
Assim sendo, não ter que olhar para cara:
De quem me magoou,
De quem me usou
De gente interesseira e orgulhosa,
De gente arrogante e desdenhosa,
De gente que se acha mais santa
Naquele dia o refluxo me vem à garganta
Dessas criaturas aqui é um reduto!
De que vale então o puro estatuto?
Palco de vaidade e segredos
Tratam os alheios como brinquedos
No jogo das aparências,
Também se ignoram as eficiências
E pensar que não são martírios docentes
É totalmente um desnecessário confronto
Minhas metáforas são insuficientes
Para expressar o quanto eu não quero bater ponto.