Vingança

Ela é um barril de pólvora

Mágoas e ressentimentos

Em eterna combustão

A raiva no peito,

O vermelho nos olhos

A ira em lança

Na ponta da língua

Sentimentos bons

Não guarda

Apenas discórdia

Trincando os dentes

Ela semeia pestes e pragas

Por onde passa

O pasto resseca

Pisando e destruindo

Sonhos de amores impossíveis

E poluindo as fontes de carinho

Ela fala que apenas repassa

O que fizeram-na sentir

Um dia, talvez

Sob o sol em novembro

E como o ódio em ciclo

Eclipses de desamor

Costurados na alma

Uma mente conturbada

Ad eternum e infinito

Estende às estrelas

Rancores no viver

Tristes augúrios

Ela não entende

De tão imatura

Que não adianta

De modo algum

Vingança

Pois o amor

É a única saída

Pra quem respira