BRINCANDO DE TEMPO

Se sou voraz, na maciez, brinca comigo de ser.
Deita, qual criança, no azul
E canta, canta, canta para teus olhos dormirem.

Tudo é sentir na flecha do esquecimento.
E é pelo pulmão que se tem o riso da umburana
E a cura;
É no ouvir que se faz um sabedor;
E no silêncio é que se constrói as palavras.

Deita no vento para sê-lo.
Há de ter luz nos teus cabelos curtos
E sombra no juízo.
Vem!
Brinca comigo de ser tempo.