Ah, mar!
Ele não fazia outra coisa senão amar,
Amar aos amigos, aos pais, a si, amar
Nada do que fora feito contra ele mudara,
Ele que amava a mim, a ti, o mar.
Ah, mar perverso que levou dele seus amores,
Por outro lado curou as dores, lhe trouxe flores
Flores as quais pudera sentir o perfume, amar
Sem medo de ser feliz por tuas injustiças, mar.
Mar que fora cheio com a água salgada que dele saia,
Dos olhos, da pele, de noite e de dia,
Mar revolto que já não sabia a diferença entre mar e amar
O mal amar o levou ao mar e nas águas profundas o fez respirar.
Amar em versos, em prosa amar
Na dor, r descobrindo a cor e a sede de amar,
Amar o gosto de frutas frescas, o sabor e acordei da cereja,
Ah, mar, não levas do menino que perde o destino a fragilidade de amar.