Ode à solidão

Tu me despiste como quem arranca pétala por pétala

De uma flor na ânsia do jogo do "bem-me-quer"

E de tanto mal querer, arrancaste meu último botão,

Agora atravesso a rua despido até dos meus costumes.

Tu que mantiveste minha essência em tuas mãos,

Mas não me permitiste voar, eu, pobre sonhador,

Fracassei em todas as tentativas de abrir as asas e voar,

Sempre chegava aos teus braços, estava predestinado.

Fizeste-me perceber a indelicadeza de ser,

Através da delicadeza de cada botão que me compôs,

Já não hei de haver fora do teu alcance,

Porque eu tento voar, mas eu quero é te amar.

Tu que manipulaste até minhas vontades,

E eu achando até q'era vaidade,

Mas no fundo eu fui covarde,

E 'inda tenho saudades de um dia em ti pousar.

Mas quem me dera ele soubesse,

Do amor que tu me deste,

Depois de me jogar ao mar.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 25/10/2018
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