Último Ato
Sou pedra no sapato.
Meus versos não são retos, nem rasos
Jamais obtusos.
De fato,
O que desejo, busco.
Na sombra da dúvida não há
Nada certo.
Se o corpo é um deserto, de certo,
Não ato
Nem tão pouco desato.
Visto que sinto, vislumbro no ato,
Átomos do desejo,
Na química da boca, lábios vermelhos
Sedentos
São fatos inatos.
Depois de molhados, revelam-se doces e/ou
Amargos
Na perplexidade branda de um novo
Contato.
Na anatomia de desatinos corporais,
Corais
Envoltos de corpos nada
Celestiais.
O seu, o meu, medo insensato,
Insanidade debruçada sobre a ponte
De nossas
Vontades dissimuladas, vaidades
Cegas.
Concluo:
Meu último ato, sem contrato,
Nem distrato.
Você.