Último Ato

Sou pedra no sapato.

Meus versos não são retos, nem rasos

Jamais obtusos.

De fato,

O que desejo, busco.

Na sombra da dúvida não há

Nada certo.

Se o corpo é um deserto, de certo,

Não ato

Nem tão pouco desato.

Visto que sinto, vislumbro no ato,

Átomos do desejo,

Na química da boca, lábios vermelhos

Sedentos

São fatos inatos.

Depois de molhados, revelam-se doces e/ou

Amargos

Na perplexidade branda de um novo

Contato.

Na anatomia de desatinos corporais,

Corais

Envoltos de corpos nada

Celestiais.

O seu, o meu, medo insensato,

Insanidade debruçada sobre a ponte

De nossas

Vontades dissimuladas, vaidades

Cegas.

Concluo:

Meu último ato, sem contrato,

Nem distrato.

Você.

RogerioCalais
Enviado por RogerioCalais em 11/10/2018
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