DA JANELA

Enquanto a chuvinhenta molha o bobo

E pássaros apressados buscam o ninho

Diluo a minha dor olhando o lodo

Que no catacrético "pé do muro" faz carinho

E corre uma raquítica enxurrada

Levando a alienação em sacolinhas

Encanta-me o ver a voz cansada

Da velha avó que grita a netinha

E a lágrima da chuva na vidraça

Que chora sem porquê a tarde inteira

JUNTANDO-SE À ENXURRADA QUE SE FORMA

CORRENDO RUA ABAIXO, NA LADEIRA

Nelinho