MEUS NOMES DE FRANCISCO
Podia ser
Angélica, para zelar por quem precisa de mim;
Carolina, para ver o tempo passar na janela, frente meus olhos fundos;
Tereza (ou Teresinha), para esperar o amor chegar quando acabar o carnaval, e se ele instalar em meu coração;
Rita, para fugir e levar assunto, retrato e o som do violão;
Iolanda, para ser mais que uma canção – uma declaração de amor;
Nina, para ansiar conhecer o mundo em breve;
Joana, para falar francês e acordar amando de madrugada;
Iracema, para aprender canto lírico;
Maria, para brincar e dormir no leito do rio, nos braços do mar;
Renata, para surgir na praia e desaparecer deixando rastros em mil direções;
Silvia, para causar excesso de amor;
Bárbara, para ser protegida do mal, do medo, da chuva;
Cecília, para merecer melodias e poesias e ter quem me veja dormir;
Geni, para saciar e salvar toda uma cidade;
Januária, para ser querida do sol e dos pescadores;
Nina, para ter a pele cor da neve e os olhos cor de breu;
Ligia, para fazer que se rendam por meus olhos morenos;
Madalena, para buscar em alto mar a felicidade;
Rosa, para ter a quem voltar toda sorridente;
Ana, para buscar amor em outros oceanos;
Helena, para receber acalanto e só acordar quando tudo estiver bem;
Luísa, para ter quem por mim faça de tudo, especialmente dormir em paz.
Mas quis ser Beatriz, para ser atriz,
reconhecer meu país
fazer minhas paredes de giz,
me equilibrar por um triz
mas sempre e
sempre ser feliz