Faxinar a vida
Às vezes é preciso excluir,
desocupar as gavetas da alma,
para então conseguir,
refazer a decoração com calma.
É preciso enxergar os excessos,
retirar o que só dá volume,
e assim perceber nos avessos,
o que mantenho só por costume.
Na faxina, vou reaprendendo quem sou,
acalento meu coração quebrado,
e a cada passo que dou,
meus sonhos resgato.
Sei, não há como apagar
as lembranças doloridas,
mas sou capaz de ressignificar,
e deixar cada cicatriz florida.
E transformar as lágrimas em algo belo,
e quando eu menos esperar,
minha casa interna será um castelo,
florido com o que eu cultivar.