MINHA IMBERBE FÉ
Vem
me fazer revoar,
desvendar meu sangue, dispersar meu frio,
aportar meus olhos.
Vem
me fazer respingar de amor
soltar cada pétala encravada em mim
como sempre fiz por merecer.
Vem
me escancarar de tantos açucares,
espantar essas bruxas que tanto fazem ruir,
jogar longe meus calos, meus escorregões tantos,
reluzir minha ainda imberbe fé.
Vem
construir comigo infinitos portos-seguros,
jaulas abertas,
totens escondidos,
encantos disfarçados de engasgos,
sonhos já mumificados de alma,
todos eles, se puder.
Então, juntos,
aglutinaremos os suores de Deus,
nas teclas coloridas do querer-bem,
nos versos delicados que as vida reservou só para si
e mais ninguém.