Ela, de azul escuro

Ela

de azul escuro

sentada num bar

sozinha no mundo

mergulhada em si mesma

chorando

Não!

Sorrindo...

talvez.

Pensando.

Olha em volta

Olha pra trás

Pára num ponto

Fixa

Não olha mais, sente!

Sonha acordada

Dorme em pé

como um cavalo, velho

cansada!

Passa o dedo em torno

Contorna a taça

E olha...

Olha ao longe,

enxerga além.

Será que ela chora?

Ninguém sabe.

Ela, de azul escuro,

parece tão digna!

Por dentro, um resto.

Perdida!

E agora? O que é que eu sou?

De azul escuro, tão digna!

Um único gole,

sem nem ver...

olha ao longe,

quer enxergar uma luz,

ou não quer nada?

Quem sabe?

Pisca urgentemente,

tão digna!

Paga a conta e sai...

sai assim de azul escuro...

e vai...