MARCHA DAS PALAVRAS
Corro para trás,
repisando a marcha das palavras.
O tempo range,
nesses ponteiros de relógio ultrajado.
O silêncio soa mais alto,
agora que tudo o mais não faz sentido.
As idéias fenecem,
desidratadas, isoladas da comunicação.
A beleza perde-se,
sem paixão que a enalteça.
A memória dos homens encolhe,
ao tamanho da idéia seguinte.
O amor, ( ah ! o amor...)
só se sente, mas não se partilha...
A vida não se explica,
e o mundo termina nos gestos.
O tempo, num fluxo invertido,
afasta-nos do que já somos...
Morremos,
no silêncio do que não se diz !
Setembro 2007