INSANO
Enrolo-me no tempo
que, a compasso e contratempo
me despojou do sentido
de ser o que ainda não vivi
Dobro a coluna do pensamento
que me acalma lentamente
e me prende na linha tênue
do doce sonho de alguém
Não sou eu o corpo
coberto pela brisa
que desliza docemente
beijando a pele
tocando teu corpo de leve
nem minha é a boca
que se entreabre lânguida
em busca dos lábios
que açoitam a carne lascivamente
Sou apenas o corpo
que contrabalança
com o vento, a levitar
na busca infinita do seu par
A posição fetal, fatal
O arremedo de loucura
Insanidade, igualdade
a busca da identidade...