Eram[os]...

... E ela era uma mulher e era um verso contido..

e era a mesma..

e era ela: era,

ela era ela:

um pedaço de tudo...

de picados de mundo misturados num liquidificador.

E ela era o medo..

e a doçura dos versos não recitados...

e ela era sensível,

sensual e astuta...

e cega e bruta...

e cegamente apaixonada....

E ela era ele enrustido nos pedaços menos contidos...

e eles eram dois...

Mas ele era ela...

e ela era.

E ela ria.. dele, com ele, e nele...

e eles riam de tudo:

das minúncias...

e dos pedaços mais pequenos...

E eles riam do dia, porque era cedo...

e riam porque era noite.. e eles eram dois,

e peitos,

e coxas;

e olhares e beijos.

E eles eram um em tantas vezes difusas..

e eles erm gritos e medos...

e verdades não ditas.

E ela era ele, mais ainda...

e era menos ela, nesses dias:

menos ela, ainda...

Quando queria ser dele.

E ele, quando queria ser dela, era ele mesmo...

com seus pesos e medidas mal medidos...

com seu jeito de homem: rústico...

de hormônios e versos sem rima ou ritmo...

E assim, sendo ela ele..

sendo ele ele mesmo,

eram um...

querendo ser dois em um.

Seriam apenas pedaços...

pedaços dela, sufocados nele...

e nas vontades incontidas.

E ela era ele...

E ele era, apenas...

Ela era todos os pedaços dele, juntos...

Mas ele era dela?!?