Do Amanhecido Amor...
A fêmea saciada, antes, recatada dama,
Que moldou os seus contornos na minha cama,
Com a deliciosa fúria
Da sua luxúria...
A mulher que, em versos e beijos,
Proclama a vã eternidade de um tempo
Que é apenas chama...
A mulher que reclama
Meus abraços,
Como sedenta caminheira que clama,
No deserto da vida,
Pelo saciar da sede de amor que a inflama...
Todas vão passar, com suas memórias
Aviltadas pela esponja do tempo
Que apagará todas essas histórias...
Mas essa a quem tatuei,
Na carne viva dos nossos anos juntos,
A marca do muito que sonhei...
Que sabe mais de mim
Do que eu mesmo jamais saberei,
Essa é única, de tais e imensos laços,
Que a sua lembrança somente cresce,
Quando, a cada dia, nos meus braços,
Ela se veste do amor que me amanhece...
Santiago Cabral
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