Do Amanhecido Amor...

A fêmea saciada, antes, recatada dama,

Que moldou os seus contornos na minha cama,

Com a deliciosa fúria

Da sua luxúria...

A mulher que, em versos e beijos,

Proclama a vã eternidade de um tempo

Que é apenas chama...

A mulher que reclama

Meus abraços,

Como sedenta caminheira que clama,

No deserto da vida,

Pelo saciar da sede de amor que a inflama...

Todas vão passar, com suas memórias

Aviltadas pela esponja do tempo

Que apagará todas essas histórias...

Mas essa a quem tatuei,

Na carne viva dos nossos anos juntos,

A marca do muito que sonhei...

Que sabe mais de mim

Do que eu mesmo jamais saberei,

Essa é única, de tais e imensos laços,

Que a sua lembrança somente cresce,

Quando, a cada dia, nos meus braços,

Ela se veste do amor que me amanhece...

Santiago Cabral

Copyrigh© 2018

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Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 18/05/2018
Reeditado em 02/06/2018
Código do texto: T6340032
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