Soneto indecente [Paródia do soneto de fidelidade]
De nada meu amor, serei alento
Depois e com tal medo e sempre, não tanto
Mesmo sob a dor do maior pranto
Que em mim não se esgote o sentimento
Quero amá-lo em instantes, quero amar de momento
E em meu pudor hei de instalar o espanto
Gozar teu gozo, espalhar encanto
Ao seu olhar tão pudendo
E assim quando desse amor me cure
Quem sabe o tempo, consolo de quem vive
Quem sabe a morte, fim do que se ama
Eu possa descrever-lhe o amor que tive
Que seja imoral, posto na cama
Mas que seja real enquanto dure.