PARA SEMPRE
Marlene Constantino
A razão às vezes oprime
os anseios da alma:
- fala, geme, sussurra
e os lábios sangrando silencia.
Reviro-me no verso,
arregaço o verbo amar
retirando farpas, colhendo rosas...
beijando a essência da flor.
Creio no ir e vir do mar,
na fúria dos ventos, na grandeza do Uno.
Creio na simplicidade do verso,
na complexidade do ser.
Da dor? Faço cor...
Mesmo que seja mais uma,
não me oprime, nem coleciono feridas.
Amo assim, como um sol nascente:
- Subo montes, desço aos vales,
volto imponente sem olhar para trás.
Enfrento as nuvens e as trevas
só para ver o sol brilhar.
E, o que tiver que ser será
sempre digo e escrevo,
num sopro em teus ouvidos:
-"Meu poema sempre foi você
guardado em mim para sempre!"