L o u c u r a
Escancara, se faz amada.
Pernas sobre pernas.
Conversa franca, ou língua afiada.
Intimidade ao mundo
Exposição,
Postura? Vamos respeitar.
A discrição teria a sua vez?
O jeito de se expressar
De se vestir
De calar, calar até a voz do outro.
Outro mundo...
Descrição artificial, esplanação do pensamento alto.
Do nada conhecer.
Melhor silenciar a sua timidez e esse amor de época.
Amava sem ter como explicar?
Amava...
Feito loba uivando se entregava a um nada.
À pessoa certa?
Depois pensava _ Certa ou errada, que diferença
fazia, se entregava. Em vão, amava.
Sonhava,
Até descobrir que o seu barco era de papel,
Não dava para ir além.
Descobriu que o seu príncipe usava botas longas
Na hora de dormir.
Mas não montava um cavalo, não.
Pior; Fumava,
Nossa, tenho direito à sentir decepção.
Se chovia,
Ele não desgrudava do guarda-chuva.
Não sabia correr,
Caminhava lento, pensando. Pensava demais,
e sonhava, mas, via a vida através das suas antigas vidraças
(dela).
Sem perceber que o tempo passa.
Ele não se alimentava de realidade, mas, de palavras
e das reticências, taaaaantas! Que náuseas.
Ela não,
Ela era só vígulas em demasia,
Pisava na lama.
Pulava fogueiras,
Não tinha medo de se queimar.
Nunca sofria. Quando triste, fingia alegria.
Com a intensidade tomava banho de chuva,
Nua.
Pelo menos em sua alma despida.
Pisava descalço,
Não tinha venda em seus olhos, nunca, vivia um mundo mágico,
TUdo era fantasia.
Não usava fones de ouvidos.
A chuva caindo era a sua melodia favorita.
Gostoso demais é ouvir a chuva, ouvir, de portas e janelas abertas.
Sentindo o gosto da liberdade à lhe seduzir, para quê?
Corria o mundo sem se importar com nada.
Voltava com o seu sonho desfeito.
Acreditava no seu destino, que destino!?
Por dentro somos eternos meninos.
Aproveitar esse mundo tão bonito, tão nosso!
Ele é todo meu, é todo seu.
VAMOS!
Qual melhor presente senão a própria vida.
Nunca corri com medo de nada.
Busquei a cura para as minhas doenças invisíveis
Indizíveis males da minha alma. Achei a cura.
Nada melhor que um bom banho de chuva na rua,
Eis o segredo do ser.
Hoje,
Foi um dia assim
Foi uma falta de sol assim
Num campo
Onde a visão se perdia, e me levava junto.
Ciente de que do outro lado
tudo àquilo foi um blefe, nunca encontraria;
Um sonho que não existia,
Sem esperar chegar
Do outro lado do meu destino toquei o futuro
Milhões de horizontes foram desfeitos.
Não havia nenhuma flor
Nem mato verde
Nenhum rio, ou árvore, nada havia.
Deparei-me com dois braços cruzados no vazio.
Por dentro uma alma repleta de amargura,
Nenhum sonho saiu do papel.
Não.
Sem saber onde guardar os olhos antigos e deslumbrados.
Voltei.
Chegando, desenhei uma esperança tão verde, como jamais se viu
Matei a minha sede,
O inverno havia chegado.
Com você, para me dar felicidade.
A sua paciência me comove, obrigada por me aceitar assim.