OMISSÃO
OMISSÃO
A humanidade e seus defeitos...
Nem todos estão satisfeitos
com as trilhas que marcaram,
com as janelas que fecharam...
Entre o “não sei” e o “sei-não”,
reina o maior de todos os pecados: a omissão,
a falsa paz que acalma a consciência,
que não quer saber da culpa, nem da inocência.
Vez por outra, afloram algumas intenções,
aquelas, que enchem as valas, e cerram os portões
com grades de egoísmo,
escalada à beira do abismo,
limite entre o que morre e o que medra.
Não jogarei a primeira pedra,
nem a segunda,
sou ainda um andarilho corcunda
a procura da essência.
Várias pedras já escalei, nesta existência,
buscando ouvir o toque do sino em harmonia
com as demais sutilezas da poesia,
Sei que ainda é pouco, falta muito,
luto até contra o meu próprio intuito,
mas é tão íngrime o som da festa
que não vejo espaço na grande orquestra.
Quero apenas achar meu lugar no mundo
porque do poço eu já conheço o fundo.
Basilina Pereira