OMISSÃO

OMISSÃO

A humanidade e seus defeitos...

Nem todos estão satisfeitos

com as trilhas que marcaram,

com as janelas que fecharam...

Entre o “não sei” e o “sei-não”,

reina o maior de todos os pecados: a omissão,

a falsa paz que acalma a consciência,

que não quer saber da culpa, nem da inocência.

Vez por outra, afloram algumas intenções,

aquelas, que enchem as valas, e cerram os portões

com grades de egoísmo,

escalada à beira do abismo,

limite entre o que morre e o que medra.

Não jogarei a primeira pedra,

nem a segunda,

sou ainda um andarilho corcunda

a procura da essência.

Várias pedras já escalei, nesta existência,

buscando ouvir o toque do sino em harmonia

com as demais sutilezas da poesia,

Sei que ainda é pouco, falta muito,

luto até contra o meu próprio intuito,

mas é tão íngrime o som da festa

que não vejo espaço na grande orquestra.

Quero apenas achar meu lugar no mundo

porque do poço eu já conheço o fundo.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 30/08/2007
Código do texto: T631555