Ferimento II

Fiz macumba pra te livrar dos meus Renascimentos.

Quis beijar a lua, mas senti falta do luar Revigorante.

Aqui dentro livre sou planeta.

Faço a revolução das aspas.

Hábito de cuspir no infinito tenho de sobra,

Amarro fé dentro dum sopro de vida

E voo.

Aprendi a brincar com apocalipses.

Faço greve às vezes de verso fofo.

Respiro gestações de antes

Do mar vermelho.

Estive engravescido por

Telescópios.

Tive colapsos com o sermão da montanha,

Enquanto Cronos estendia-me a mão.

Esqueci esperança nua numa nebulosa

E atropelei um ponto final.

De vez em quando

Desprendo Jesus da Cruz

Limpo chagas com minhas

Próprias lágrimas.

Poeta não tem lágrima

Rumina pessoas pelo viés dos olhos

Supondo uma salvação.

Sou o milagre desse verso,

Sou o revés,

E através (...)

E posso assassinar a quem eu quiser

Aqui dentro.

aBel gOnçalves

aBel gOnçalves
Enviado por aBel gOnçalves em 22/04/2018
Reeditado em 02/05/2021
Código do texto: T6315545
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