Ferimento II
Fiz macumba pra te livrar dos meus Renascimentos.
Quis beijar a lua, mas senti falta do luar Revigorante.
Aqui dentro livre sou planeta.
Faço a revolução das aspas.
Hábito de cuspir no infinito tenho de sobra,
Amarro fé dentro dum sopro de vida
E voo.
Aprendi a brincar com apocalipses.
Faço greve às vezes de verso fofo.
Respiro gestações de antes
Do mar vermelho.
Estive engravescido por
Telescópios.
Tive colapsos com o sermão da montanha,
Enquanto Cronos estendia-me a mão.
Esqueci esperança nua numa nebulosa
E atropelei um ponto final.
De vez em quando
Desprendo Jesus da Cruz
Limpo chagas com minhas
Próprias lágrimas.
Poeta não tem lágrima
Rumina pessoas pelo viés dos olhos
Supondo uma salvação.
Sou o milagre desse verso,
Sou o revés,
E através (...)
E posso assassinar a quem eu quiser
Aqui dentro.
aBel gOnçalves