Chapado de Janis Joplin

Eu esperava ela vir me atiçar

Com seus bicos negros cantarolando

Na cama alienada, que me esperou

E inundou minhas mãos profanas.

Suba colocando o orgasmo no vão

Dos arquipélagos engalfinhados no

Puro anoitecer da luminosidade perfurando

As estrelas!

Abro a boca e os olhos, e de dentro sai

Um signo que eu nunca vi nem senti,

Mas ouvi no lupanar sonhado.

O som etílico manchou minha testa;

Fui pego no alto do vício de uma

Outra alma currada;

Puxe-me assim! Deixa-me cair em você!

Vou ver tudo o que você vê!

O rosto molhado queima o chão quando

O suor misturado com estupidez pinga

Afortunadamente.

Olhe os doentes e os germes subindo

Pelos seus seios;

Queria cair com você e apalpar os

Grilos flutuantes, inquirir aos elefantes

Aidéticos, rolar com a paixão junto

Dos mortos em seus automóveis e em

Seus roupões e calçados repletos de ácaros.

As sombras estão chegando! Oh não!

Elas estão entrando em mim.

Livrou-me do áspero calor que

Levantou voo para uma jornada

Desprezível. Talvez fugi dos mortos.

No fundo da cidade o escuro mundo

De um beco habitado por uma jovem

Sorri feito o mal;

O jornal limpou seu beiço e o seu

Embaraçado cabelo;

Você ficou estendida na solidão e no

Vômito esperando a polícia te pegar,

E eu vi naqueles finos minutos uma

Princesa delirante babar um grito

De dor e escravidão.

André SS
Enviado por André SS em 08/04/2018
Código do texto: T6303041
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.