Proliferação

Lamento/

E é com pesar que lamento profundamente/

Todas essas dores e visões degradantes/

Decorrentes das ações nocivas e irresponsáveis desses civilizados/

Que no adito de tantas misérias/

Na frustração de tantos direitos e tantas atitudes desumanas/

Não é a luz que vemos/

Nem é a razão que se expõe/

Tão pouco a esperança, que nos ergue/

A passos largos, como moda/

Como em cada revolução, vemos o homem/

Caminhar ao caos/

Ter nas veias a sensibilidade fria e calculista/

De consternar a censura/

De praticar a injustiça/

Incitando a desmoralização da moral/

Fazendo tudo tão intencional/

Que põe em dúvida o que se pode inferir como padrão de uma boa conduta/

Que põe em dúvida tudo que a sensatez repudia/

Pelo simples prazer de riquezas e um bem capital/

São vendidos em larga escala/

Desenhos dos medos e loucuras/

Partituras sórdidas e sem sentido/

Drogas e um mundo irreal/

De prazeres e sons pervertidos/

Que maculam profundamente o corpo e a mente/

Levando-os ao pranto infindável/

E um desconforto profundamente depressivo na sua paz/

O mundo dos egoístas espalha-se/

Sorrateiramente como a logica/

Acham que o sofrimento ou a morte/

São verbos de uma identidade de vanguarda/

Quando são ostentação dos padrões de seus deuses/

Mas que o povo não consegue ver/

Por isso, não peço a descência/

Rogo a consciência de cada um a verdadeira liberdade/

Não para mim, que estou velho, ranzinza e decrépito/

Mas para as próximas gerações poderem ter, ainda a chance de um futuro/