Desejo
Ele tem mil vestimentas.
Bate à porta, dia após dia.
No bolso, ele traz as moedas que lotam o pote da culpa.
Insiste e toca a campainha.
Seu cheiro invade todas as frestas.
A distração não basta ao aceite.
É que o hábito ainda é recente.
As memórias não se desfizeram.
Incansável, ele trama os detalhes da próxima fantasia.
Esperançoso, sonha o deguste do ingresso perfeito.
O recinto é pra ele templo ilimitado.
Persevera o transpor do portal...