R.A. (Rimadores Anônimos)
Sou escravo do verso
e a rima é meu cruel capataz...
Se mal arquitetadas – mil chibatadas...
A escravidão da rima é um jugo cruel
aos não versados no sentido do verso
que, se devidamente corrigido,
talvez algum sentido tenha...
Devidamente corrigido, talvez tenha algum sentido...
O raio da rima é que insiste, por mais que tente fugir dela
e fujo pela porta, para não pular da janela...
A rima torta...
E disso eu entendo bem:
Da tortura da rima!
A desgraçada me impele a suar...
e aí me aflora
(aflorar tem que ser de dentro pra fora, lamento)...
e sai pela pele...
A rima torta! Isso importa?
Acho que não...
São as fugas impossíveis
dos versos e das rimas sofríveis...
Mas tudo bem! Nem todos dizem: "Assim seja"
e preferem dizer: Amém!
Mas não é crítica,
nem falta de humor!
É caso para uma solução psiquiátrica:
Amanhã, um divã...
E nem faço pouco caso do verso – é um outro caso!
Toda medalha tem o outro lado (não vou usar sinônimo)...
Diacho, não resisto... É reverso!
Entrarei para os R.A. (RIMADORES ANÔNIMOS)